Regulamento das escolas cívico-militares é apresentado a pais e responsáveis de alunos

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A chamada para a primeira reunião de pais da EEB Professor Ângelo Cascaes Tancredo, nesta quinta-feira, 13, lotou o ginásio da escola de Palhoça que aderiu ao modelo cívico-militar proposto pelo MEC. O encontro foi o momento de a direção da escola apresentar para os responsáveis dos  612 alunos o regulamento da unidade de ensino. Este foi o primeiro passo de uma série de ações que fazem parte da implementação do modelo, nesta e em mais duas escolas estaduais catarinenses.


Na apresentação do regulamento em Palhoça, a aceitação dos pais foi expressa em uma votação. Uma das que aprovou foi a mãe Eliane Nazário, que tem um filho de 14 anos no 8º ano do fundamental da escola cívico-militar. “Quando abriu o sistema de matrículas dessa escola, 9h da manhã, eu já estava lá preenchendo. Buscamos uma educação melhor, pois o adolescente precisa conviver com regras e, do modo como elas estão sendo apresentadas aqui, meu filho está muito animado, gostando muito da escola”, relatou.


Mônica Schmidt, moradora do Bairro São Sebastião, tem um filho matriculado no 1º ano do Ensino Médio da EEB Professor Ângelo Cascaes Tancredo. Ela o matriculou na escola com a perspectiva de uma educação acompanhada pelo cuidado com a disciplina. “Meu filho gostaria de ingressar na carreira militar e, além disso, a escola vai tratar mais da parte disciplinar, de muitas questões que estão complicadas lá fora, hoje em dia. Estamos confiantes de que vai ser um ganho para ele”.


Marcelo Barbosa se mudou há um mês do Paraná com a família para o Bairro Pacheco, em Palhoça. Ele matriculou o filho de 13 anos no 9º ano do fundamental da Ângelo Cascaes Tancredo. “Como a gente é novo na cidade, procuramos na internet e encontramos essa escola. Além da educação de qualidade, a escola cívico-militar deve trabalhar a disciplina, porque as crianças de hoje em dia precisam levar isso para a vida.”

Cronograma de ações


A Secretaria de Estado da Educação segue um cronograma de trabalhos desenvolvido em conjunto com o Ministério da Educação, para que cada unidade de ensino tenha o regulamento apresentado aos pais e responsáveis nas outras duas escolas nos próximos dias. De acordo com o Programa Nacional das Escolas Cívico-militares (Pecim) no estado, as escolas Emérita Duarte Silva e Souza, em Biguaçu, e Professor Ângelo Cascaes Tancredo, em Palhoça, terão o apoio de militares das Forças Armadas, enquanto a EEB Professora Irene Stonoga, em Chapecó, contará com o suporte de militares da reserva da Polícia Militar nas atividades do ano letivo.


"Desde que conhecemos a proposta do programa das escolas cívico-militares, entendemos como um presente para as unidades selecionadas, porque temos todo o corpo pedagógico, a gestão e o plano político-pedagógico mantidos, com o acréscimo de um corpo de profissionais com a vivência e a experiência militar para atividades relacionadas a respeito e conduta no ambiente escolar”, destaca o secretário de Estado da Educação, Natalino Uggioni.


O regulamento foi apresentado com as mensagens de boas-vindas do secretário adjunto de Estado da Educação, Vitor Fungaro Balthazar, da diretora de Ensino da SED, Zaida Rabello Petry, e da coordenadora da Regional Florianópolis, Grasiela Monteiro Epping. A diretora da escola, Luciana Raulino, conduziu a apresentação dos professores e do regulamento.


Um monitor para cada 60 a 80 alunos


A proposta prevê que os militares complementem o trabalho dos servidores da Educação, com três oficiais ocupando cargos de gestão na escola, sendo um diretor administrativo, um diretor pedagógico e um coordenador. Os gestores prestarão apoio ao diretor civil, eleito pela comunidade escolar em 2019 e que segue como o responsável pela unidade de ensino.


Para acompanhar a rotina dos alunos e reforçar as atividades de civismo e cidadania, as escolas também receberão soldados e cabos para exercerem a função de monitores. A quantidade será definida de acordo com o número de estudantes de cada escola, com um monitor para cada 60 a 80 alunos da unidade escolar.


Diferença entre os modelos de Chapecó e da Grande Florianópolis


Por ser um programa em fase de implementação, o regimento interno prevê que a escola adapte o modelo de acordo com a realidade dos alunos e servidores e o projeto político-pedagógico das unidades de ensino, etapa que está em fase de execução nas três escolas catarinenses. 

Uma diferença entre elas será a origem dos militares integrantes e a forma de investimento. A escola Professora Irene Stonoga, em Chapecó, receberá policiais militares da reserva. Como nesta modalidade o estado assume o investimento nos profissionais que atuarão na escola, o Ministério da Educação irá providenciar a compra de uniformes, formação, aquisição e todas as demais mudanças que serão necessárias na escola.


A situação será diferente nas escolas da Grande Florianópolis. A escola Emérita Duarte Silva e Souza, em Biguaçu, e a escola Prof. Ângelo Cascaes Tancredo, em Palhoça, receberão militares das Forças Armadas. Dessa forma, o governo federal irá disponibilizar os profissionais do Ministério da Defesa e a Secretaria de Estado da Educação fará investimentos na formação dos profissionais, na compra do uniforme e em todas as adequações necessárias na estrutura da escola.


Estimativa para o mês de maio


O ano letivo começou normalmente nas três escolas cívico-militares, com o modelo em implementação. A estimativa é que a compra dos uniformes e todo o contexto escolar, incluindo a capacitação dos profissionais, estejam prontos até o mês de maio.


Os oficiais da Polícia Militar passaram por capacitação em Porto Alegre, procedimento que será estendido aos monitores do programa nas próximas semanas, em Chapecó. Os militares das Forças Armadas estão em processo de seleção pelo Ministério da Defesa e terão formação durante abril.


Cinco valores devem nortear trabalho dos militares


O regimento interno do programa do governo federal destaca que os profissionais do quadro militar devem atuar com base em cinco valores: honestidade, civismo, dedicação, excelência e respeito. Eles também irão orientar os alunos sobre disciplina, criar ações de educação cívica, auxiliar na conservação da unidade, organizar eventos e oferecer apoio socioemocional em situações de bullying.


“A relação entre o nosso corpo de profissionais do magistério e esse corpo de profissionais militares terá uma gestão muito próxima por parte da Secretaria da Educação. Vemos com bons olhos essa interação no processo da educação, sob a perspectiva da escola cumprindo bem o seu papel, de formar bons cidadãos, que saibam fazer as melhores escolhas para as suas vidas”, ressalta Uggioni.


 



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